Porém, o mais admirável é a forma segura com que Bayona alterna o suspense e o choque: enquanto a festa repleta de mascarados cria uma sensação de inquietamento no público, outro incidente que ocorre mais adiante provoca um susto brutal pela maneira súbita com que é encenado – e, mais uma vez, o diretor demonstra ter plena consciência de quando pode (e deve) substituir a sutileza da insinuação por imagens bem mais gráficas e perturbadoras. E mais: enriquecido pelo brilhante design de som de Oriel Tarragó (devidamente premiado com o Goya), O Orfanato aterroriza também graças aos rangidos, sussurros e outros ruÃÂdos que parecem envolver o espectador e que se revelam fundamentais também numa das seqüências mais angustiantes do filme: aquela que, protagonizada por Geraldine Chaplin (numa ponta magnÃÂfica), nos leva a uma viagem mediúnica pelo casarão através da montagem precisa que intercala planos em infra-vermelho, imagens da planta baixa do imóvel e closes sufocantes dos atores
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